É HOJE, às 13h30min. Vamos torcer!

João Adolfo Guerreiro

No início dos anos 1980, tempo em que o Homem Gol e Estátua Renato levava o Grêmio ao cume do Aconcágua e do Everest, este cronista que vos escreve estudava em Porto Alegre, viu nevar na Capital e jogava handebol. Mas bah, era ruim uma barbaridade, não jogava nada, mas gostava muito, tanto que virei apreciador do esporte. Assim, se por um lado Deus não me concedeu a habilidade esportiva, por outro me deu para escrever sobre quem, esses sim, jogam pra caramba: os caras da seleção brasileira masculina de handebol, que já fizeram história no mundial que está sendo jogado na cidade de Oslo, capital da Noruega.

O fato histórico é que o Brasil passou para as quartas-de-final da competição e, assim, já superou sua melhor marca em mundiais, a nona colocação em 2019, eis que agora, no mínimo, na pior das hipóteses, será o oitavo colocado da competição. Em primeiro lugar, na primeira fase, o Brasil começou arrasando, surpreendendo ao superar os anfitriões por 29x26, mesmo os noruegueses sendo uma grande potência do esporte e tendo a torcida a favor. Daí o Brasil ficou se achando e foi com tudo pra segunda rodada e não levou nada: Portugal 30x26 Brasil. Com a volta da humildade, vencemos por 32x24 os EUA e passamos de fase.

Mais três jogos: Brasil 28x24 Chile, Brasil 27x24 Suécia e Brasil 26x25 Espanha. As duas últimas partidas contra grandes potências das quais nunca ganhamos anteriormente. Ô maravilha, tudo de bom, né? Agora vai! Só que tem um detalhe: de cara, nas quartas, pegamos a Dinamarca. Tá, e o que é que tem a Dinamarca? A pergunta correta seria: O que é que não tem a megahiperultrasuper potência Dinamarca no handebol? Tem tudo! É tipo assim o Brasil de Pelé de 1958 a 1970, entendem? Se foi um feito superar monstros do handebol como Noruega, Suécia e Espanha, saibam que esta Dinamarca é melhor do que todas elas, bem melhor. Por isso a comparei ao Brasil de Pelé.

O currículo anterior dos vermelhinhos: são os atuais tricampeões consecutivos do mundial e, nas três últimas Olimpíadas, foram ouro em duas. Apenas isso. Tá, mas isso é passado. E neste mundial? Estão invictos, venceram seus seis jogos: Dinamarca 47x22 Argélia, 32x21 Tunísia, 29x20 Itália, 40x30 Alemanha, 39x28 Suíça e 28x22 Tchecoslováquia. Só deram vareio, 100% de aproveitamento, com distinção e louvor. Esse é o tamanho do problema que o Brasil tem pela frente hoje para continuar fazendo história neste Mundial de Handebol.

Todavia, escrevi acima que nossos rapazes estão jogando muito e é verdade, então é, sim, possível igualmente superarem a verdadeira Dinamáquina (que aquela do futebol, da Copa de 1986, como vimos, era fake), pois até o Brasil de Pelé teve a sua Copa de 1966, né? E, como disse o profeta Eduardo Dusek, a esperança é a penúltima que morre.

É HOJE O JOGO: A partida é nesta quarta-feira, às 13h30min pelo horário de Brasília e o canal sportv2 vai passar direto. Vou assistir, claro, torcerei pelo Brasil Sil Sil, em frente à televisão, todo de verde e amarelo, eu e a bebê. Torceremos todos nós, não é mesmo? Não percam! É a história acontecendo.