João Adolfo Guerreiro
JOÃO ADOLFO GURREIRO | Haikai
Sobrevivente
João Adolfo Guerreiro
nara maria
de maio a dezembro
sobrevivente
Haikai, forma poética japonesa concisa e simples, específicapara temas da natureza, como as estações do ano - principalmente agora, noauge, quase finaleira, da primavera. Sempre no tempo presente (expressa omomento), o haikai é descritivo, sem título, letras maiúsculas, metáforas eparticipação ativa do autor no texto, ou seja, são poeminhas bem despojados,embora, na sua forma mais elevada (*), rico em significado. Simples, mas nãosimplório, enganando os desavisados que, numa primeira lida, ignorem suascomplexidades e o achem fácil de escrever. Via de regra, no Brasil, apresenta aestrutura de uma estrofe com três versos, no esquema silábico de 5 no primeiroverso, 7 no segundo e 5 no terceiro. Claro, tem mais teoria sobre, como osdiferentes tipos, o teikei, o corte, o kigo e, no Brasil, a maneira como éfeita a contagem das sílabas poéticas, é só pesquisar a respeito pra seaprofundar.
Como os belos flamboyants floriram e exuberam, nestedezembro de Natal, anunciando o verão, como sempre o faz a natureza, inicieisemana passada uma nova série de haikais em homenagem aos que, daqui deCharqueadas, mais me encantam, adaptando o haikai à minha intenção literária.Convido-os a desfrutarem comigo, "descobrindo-os" posteriormente aoflanarem pelas ruas da cidade com olhos, corações, mentes e espíritos abertosao belo e à natureza.
(*)- Em sua forma mais elevada aqui no Brasil, cito ossaudosos Millôr Fernandes e o poeta curitibano Paulo Leminski.
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