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João Adolfo Guerreiro

JOÃO ADOLFO GUERREIRO | A grande barbada da Feira do Livro

Carpeaux era do time de Houaiss e Holanda

Arquivo Pessoal
JOÃO ADOLFO GUERREIRO | A grande barbada da Feira do Livro Carpeaux era do time de Houaiss e Holanda

João Adolfo Guerreiro

Tu ainda tens três dias pra ir na 70ª Feira do Livro de Porto Alegre, sendo que o último, a quarta-feira, Dia da Consciência Negra, é feriado nacional. Logo, pra ti que é ligado em Literatura, darei uma dica imperdível: os quatro volumes da História da literatura ocidental, de Otto Maria Carpeaux, por apenas 120 pilas na barraca do Senado Federal. Tchê, não dá pra deixar passar essa. Dado! Aliás, tá vendendo bastante, é bom se adiantar.

O Senado Federal sempre participa às ganhas da Feira do Livro, com excelentes preços e ótimas publicações, tudo coisa muito boa, de qualidade. Por exemplo, essa História da literatura universal é "A" edição, baseada na segunda, de 1977, revisada e atualizada pelo autor pouco antes de sua morte, com muito material incluído, inclusive capítulos da primeira edição que ficaram fora da segunda. Primorosa. O livro, por si, já é magistral, claro, um portento. Carpeaux (um afrancesamento de Karpfen, pois ele nasceu na Áustria) veio para o Brasil em 1940, fugindo do nazismo. Com uma cultura enciclopédica, vastíssima, por aqui sentou praça e passou a produzir como um dos grandes intelectuais brasileiros de seu tempo, sendo titular absoluto no time em que jogavam Aurelio Buarque de Holanda e Antônio Houaiss. História da literatura universal é a sua magnum opus, abordando as manifestações literárias "como expressões de fatores sociais, modificáveis, e das qualidades humanas permanentes" e onde "os critérios da exposição historiográfica são, portanto, estilísticos e sociológicos".

Bom, essa não é assim uma barbada imperdível, mas por apenas vinte pilas tu podes ir no Rua da Praia Shopping e comprar o romance A falência (editora Pincipis), de Júlia Lopes de Almeida, na livraria de lá (esqueci no nome, acredita?). Já escrevi sua história aqui: ela foi preterida como imortal na fundação da Academia Brasileira de Letras, em 1897, só por ser mulher, embora fosse o escritor que mais vendia livros em seu tempo. E fiquemos com essas duas dicas, barquinhos que singram o oceano da Feira do Livro.

Amanhã darei outra dica imperdível, só que daí não é barbada, pois o custo é mais salgado que churrasco de masoquista, embora a carne seja de primeira e "assada" pela editora de um charqueadense, a Coragem. Por falar em Charqueadas, esteve na Feira o patrono do nosso último Sarau Literário, Yannikson Mattos (de barba, na foto abaixo), pegando um autógrafo no livro Arco-íris noturno, do poeta editor Rossyr Berny, que esteve na cidade durante o evento mencionado, no final de outubro.

Uma boa semana para todos. Cuidem-se, vacinem-se, comprem livros an feira, vivam e fiquem com Deus.





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