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São Jerônimo, RS, 13/11/2024

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João Adolfo Guerreiro

JOÃO ADOLFO GUERREIRO | Escrever crônica todo dia

A chuva fez que foi, nao foi, mas acabou fondo

Reprodução
JOÃO ADOLFO GUERREIRO | Escrever crônica todo dia Sophia Loren e Luiza Brunet

Escrever crônica todo dia, que alegria
Na quebrada da soleira, que chovia

Charqueadas, 16h25min - O temporal fez que veio, mas não veio, ainda. E eu aqui, na minha sala, escrevendo e esperando-o, cuidando o tempo pela janela. Aproveitei, claro, o vento, deixando os vidros abertos pra refrescar a casa. O vento continua, coisa boa. Quando o temporal vem e a chuva fica forte, deixo o vidro fechado e aprecio observá-lo. Faço isso desde menino, na Colônia.

Só que a chuva se insinua, mas não vem, como uma sedutora mulher distante. Tipo assim a Sophia Loren em 1958, aos 24 anos. Achei essa foto acima no face. Barbaridade, um absurdo de beleza, ela. Era pobretona até ser descoberta pelo cinema, tipo a nossa Luiza Brunet (também acima) para a moda, mas mais linda que a Luiza, claro, se é que vale de alguma coisa ficar comprando aparência de mulher. O Luis Fernando Veríssimo apreciava a Luiza, o Mário Quintana a Bruna Lombardi. Todas musas de outros tempos, claro, mas creio ser a beleza atemporal, não é mesmo? Ou o encantamento que aquelas gregas milenares que viraram estátuas de mármore ou bronze ainda provocam é fake? 16h40min e nada da chuva.

Por isso A D O R O crônica, uau syl! A gente tem uma liberdade ímpar quando vai escrever, qualquer assunto é assunto, é uma conversa com o leitor. Mais do que que a tua literatura, o que o leitor aprecia é a tua conversa, o bate-papo. A Sophia, a Luiza, a chuva que não vem, o vento, tudo se acomoda no texto como se estivéssemos numa cafeteria, jogando conversa fora. Como se estivéssemos na Feira do Livro, agora. Aliás, estamos pra nos reunir na Feira por esses dias, nós do Clube do Livro e do Sarau Literário. Estamos combinando pelo Whats App. Talvez fale na ocasião sobre a Sophia, sobre o LFV com a Luiza e o Quintana com a Bruna e a Cecília Meireles. Adorava as poetas o poeta, mas, em se tratando de atriz, a musa dele era a Marlene Dietrich.

A chuva está distante, pelo jeito, tal qual as musas. Loren não é uma musa pra mim, prefiro a Monroe. Todavia, absurda a beleza que essa mulher possuía. Possuía. Nada é pra sempre, quanto mais a beleza física que não vira estátua. Bruna disse que envelhecer é legal, mesmo se perdendo o viço da juventude e da beleza, pois a outra opção, a morte, é pior. Bruna é uma pessoa bonita, mais do que uma mulher bela.

16h58 min e a chuva ainda não deu os pingos. Valeu pela crônica. Fui.

(Tá, bato o ponto final e, antes de enviar o texto pro Marcos, dá uma chovida, só que fraca, ainda. Fez que foi, não foi, mas acabou fondo. Toda crônica é um risco, o cronista pode ser desmentido no minuto seguinte, eis que, ao contrário da beleza das musas, as crônicas não são atemporais, sua natureza literária é radicalmente inversa, tipo nuvem passageira em dia de temporal. Continuarei olhando pela janela pra ver o que acontecerá. Conversa pra amanhã, talvez, vamos ver. Tchau.)

Uma boa semana para todos. Cuidem-se, vacinem-se, vivam e fiquem com Deus.




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