Sentado na frente da casa que foi dos meus pais, por esses dias, ao entardecer, observava o pé de butiá

João Adolfo Guerreiro

Sentado na frente da casa que foi dos meus pais, por esses dias, ao entardecer, observava o pé de butiá. Antes, exatamente nesse lugar, havia um pinheiro, que meu pai ornava com luzinhas no Natal.

A D O R A V A isso, fui uma criança muito encantada com o Natal, suas cores, símbolos e, principalmente, luzes. Fora deste período, recordo dos vaga-lumes em volta daquele pinheiro. Depois de um determinado ano, não recordo qual, nunca mais os vi. Sumiram. Após, casei e fui morar no Centro. Pensava nisso tudo, ali, sentado, absorto em benfazejas memórias sobre um tempo que passou, mas que jamais acabará.

Gostava daquele pé de pinheiro e não aprecio o de butiá. Nada contra os butiás, só a favor daquele pinheiro em particular e dos pinheiros em geral. Alguém por esses dias me disse que, com a construção do Parque Manoel João, nos fundos da Cohab, os vaga-lumes, que gostam de zonas de mato, naturalmente deixaram de aparecer por lá. Bom, a casa fica no fim da Cohab (atual bairro Sul América), bem próxima ao Parque Manoel João, antes um campo aberto com eucaliptos plantados. O fato é que nunca mais vi um vaga-lume e, confesso, sinto uma nostalgia por aquelas luzes piscantes voadoras. Queria mostra-los para a bebê...

Fiz uma breve pesquisa na internet e constatei que eles estão em extinção no mundo inteiro. Alguém ainda vê vaga-lumes em Charqueadas? Na Região Carbonífera? Caso sim, deixe um comentário dizendo onde, que estou com muita saudade de ver um. Abração.